07/11/2024
Ataraxia e o equilíbrio....
Ataraxia é a ausência total de preocupações, a paz e imperturbabilidade de espírito. É ausência de ansiedade, é a tranquilidade e impassibilidade da alma. A felicidade derivada da virtude, a experiência do óptimo, a qual leva ao prazer natural, ético e estável.
"A ataraxia epicurista é basicamente o triunfo da razão do homem - geralmente a duras p***s - sobre a irracionalidade do ambiente que o circunda. É um estado de espírito onde o homem deixa de temer o divino, a dor e principalmente, a morte."
Equilibrio: "Em que é possível constatar a existência de harmonia; designação do que se reparte ou divide de modo regular ou bem-proporcionado."
Na procura de um estado de equilíbrio temos que abrir as nossas mentes, teremos que percorrer os caminhos infindáveis que por ela vão vagueando entre as crenças, as experiências, a genética e o conhecimento que vamos adquirindo ao longo das nossas vidas. Através disso encontrar um estado de calma e de aceitação.
“ Tudo o que somos é resultado do que pensamos.” -Buddha
Para tal, teremos que aceitar o que Buddha ensinou como a primeira nobre verdade na qual existe o mal-estar, a insatisfação, o descontentamento e sofrimento nas nossas vidas. Buddha chamou de Dukha, do sânscrito Duk, que se refere a uma carroça com o eixo das rodas descentralizado e danificado, que irá sempre num caminho que não queremos e no qual as situações nunca serão tal e qual como queremos.
Teremos que abandonar a percepção que temos da realidade, composta por uma visão errada de nós mesmos. Teremos que sair de nós mesmos e entender o que nos traz perturbações como o apego e a aversão e todos os desequilíbrios emocionais. Dessa forma, encaramos o mundo com uma paz em perfeita lucidez alcançando assim um estado de equanimidade e de imparcialidade sobre nós mesmos, sobre as experiências do momento presente e sobre os outros.
Este tempo em que vivemos é uma época em que o ser e aparentar ser, tal como ter é mais importante que tudo. E rapidamente se transforma em loucura desmedida que dá a*o a inúmeras situações de desequilíbrios entre as pessoas e o planeta. No limiar dessa loucura ainda perdemos o que vai dentro de nós na nossa verdadeira essência, como a verdade absoluta, a compaixão, a virtude e o amor.
Já dizia Saint Exupéry: “O essencial é mesmo invisível aos olhos”
O equilíbrio deve manter-se, olhando para dentro, concentrando em nós mesmos. Há que saber lidar com os desequilíbrios de uma forma salutar e não deixar cair numa vertiginosa espiral descendente de emoções e pensamentos. Aceitar que há momentos de insatisfação, que nem tudo se torna no que queremos; aceitá-los como parte da vida e encontrar o nosso equilíbrio. Mas nunca deixando de procurar a fonte do conhecimento, de aprender. cada vez mais, de experimentar e de nos reinventarmos, de cada vez que caímos.
Kant dizia que "não podemos conhecer nada, por completo, já que o limite de nosso conhecimento é o limite do que conhecemos, tudo resulta de até onde conseguimos ver".
"Num momento tempestuosa
No outro, calma
A onda do oceano
É na verdade
Tal qual a existência humana
"-Imperador Meiji