20/06/2022
AS PROVAS DE AFe(L/R)IÇÃO 🤔🤔👨🏫❗️❗️
Nesta reta final (porque não curva final?) do ano letivo (porquê ANO letivo?) muitas escolas vivenciam circunstâncias diferentes de um típico dia de escola. Os alunos, sem perceberem bem o propósito, lá foram fazendo Provas de Aferição (ou como os ouvimos dizer, provas de aflição).
Estas coisas acontecem, não fosse o universo um grande comediante e nos desse estas ironias para refletirmos. E foi o que fiz.
Com um propósito original que poderá até ser muito útil, o de perceber, analisar, aferir a evolução global do ensino (ou será aprendizagem? mais uma para mais tarde). Para isso, seriam realizadas provas em todo o país, de igual forma para os alunos. Aqui começa o pecado original: quantificar da mesma forma aquilo que é diverso. Mas compreensível e aceitável perante o propósito inicial das Provas de Aferição.
Mas parece-me que esta é mais uma daquelas situações que dá razão ao velho dito: "o que nasce torto..."
Então o que vi forma escolas transformadas em laboratórios analíticos, retirando o conhecimento dos alunos para uma placa de petri, catalogando as amostras, que estarão por esta altura a ser meticulosamente analisadas pelos doutos desta ciência.
Corredores vazios, silêncios totais, listas de chamada, salas com códigos. E para aferir aquilo que nas semanas anteriores, por insegurança, com conhecimento (está à vista de todos) dos doutos da educação e dos políticos, foram os alunos, esse ser anónimo em que as crianças se transformam, treinando e praticando para a prova. Mesmo dizendo eles "isso não conta para a nota".
Ora, vejamos estas premissas e a falácia: a aprendizagem ocorre (melhor) nos contextos naturais, a escola é tanto melhor espaço de aprendizagem quanto os alunos (crianças) se sentirem confortáveis. Então vamos transformá-la num laboratório de avaliação e "aferir" a evolução do ensino (ou da aprendizagem).
Tantas teorias... Basearemos a construção da escola futura nestes resultados?..