09/25/2025                                                                            
                                    
                                                                            
                                            Oxaguian Ajagunan 👑
Não existe uma entidade chamada "filhos de Oxaguian e Oxum" como um grupo específico, mas sim uma pessoa que pode ser filha de um orixá ou ter os dois orixás em sua conexão espiritual (Axé). Na prática, as pessoas que veneram Oxaguian e Oxum podem desenvolver traços como inteligência,criatividade, amor e generosidade, resultado da combinação das energias destes Orixás. 
Inteligência e Criatividade: Essa combinação pode resultar em indivíduos perspicazes, com grande capacidade de aprendizado e busca por soluções inovadoras. 
Amor e Generosidade: Os filhos de Oxalá e Oxum são frequentemente descritos como pessoas amorosas, empáticas e generosas. 
Dinâmismo e Inovação: Oxaguiã, um Oxalá jovem e guerreiro, está sempre atento às inovações e em constante movimento construtivo. 
É importante notar que a "filiação" a orixás é complexa e não se trata de um grupo de pessoas, mas sim do vínculo espiritual que cada indivíduo estabelece com uma ou mais entidades divinas, segundo o Candomblé e outras tradições afro-brasileiras. 
23/09/2025. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Capoeira de Brasília Mestre Mancha e mestranda Benguela no Museu da República. - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Ceilândia levou a arte da capoeira de Brasília e do Brasil para duas semanas de imersão dessa expressão cultural nos Estados Unidos este mês. O grupo Ginga Ativa rodou por três cidades norte-americanas, para um intercâmbio valioso. 
Edmilson José de Souza, 46 anos, conhecido como mestre Mancha, conta que a oportunidade foi importante para levar a cultura brasileira para fora do país. Fundador do Ginga Ativa, ele ressalta que há muitos capoeiristas nos EUA e que viajar permitiu fazer trocas e estabelecer uma rede de conexões.
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 "Nós estávamos com capoeiristas do mundo inteiro passando a nossa energia e também recebendo a energia deles. Foi importante para a gente se afirmar no mundo capoeirístico, como consequência do nosso trabalho e a importância da cultura do povo brasileiro, levando a capoeira, o gingado, a musicalidade. E nós aprendemos muito também, por estar num país desenvolvido, trazendo um pouco mais de conhecimento à nossa cidade, à nossa capital", diz Mancha.
Os brasilienses passaram por Pensilvânia, Nova Jersey e Nova York. As atividades incluíram workshops, rodas de conversas e apresentações culturais e gastronômicas. O grupo de capoeira foi representado pelo mestre Mancha e por Suelen Saboia Cardoso, 40, conhecida como mestranda Benguela.
Suelen relatou que a experiência foi "linda e potente" e a dedicação do grupo reconhecida internacionalmente. "Acreditar na nossa capacidade, no quanto somos bom no que fazemos, e nos ver entre grandes nessa arte. Como mulher negra, também é importante lembrar como esses reconhecimentos demoram um pouco mais. Foram muitas trocas culturais, sociais e de futuros projetos. Que a cultura da capoeira continue nos levando a lugares inimagináveis", defende.
Presença no DF
O grupo Ginga Ativa dá aulas em cinco locais do DF: Instituto Mãe África, em Ceilândia; Universidade de Brasília (UnB); Mangueiral; Sobradinho; e no Centro Educacional 11 de Ceilândia. Ao todo, o grupo já ensinou mais de 5 mil alunos, pois mestre Mancha atua com professores desde 1996.
A fundação do grupo ocorreu em 2019, após a formação do Mestre Mancha que participou da capoeira precursora do Ginga Ativa. O objetivo era dar continuidade aos trabalhos do Instituto Mãe África, preservando a cultura e a arte afro-brasileiras. Além dos valores tradicionais da capoeira, o Ginga Ativa busca passar, também, ensinamentos como bem-estar, saúde, igualdade de gênero, paz e justiça.
Hoje, conta com mais de 12 turmas e já somam mais de 670 alunos atendidos. Para Suelen a conexão que ocorre, por exemplo, entre os alunos da UnB e o instituto é algo muito importante. "Ele (Mancha) já dá aulas de capoeira na UnB há 20anos, e nós fazemos essa conexão entre os universitários e o Instituto Mãe África. Hoje, temos diversos alunos formados como capoeiristas no Ginga Ativa", pontua Suelen.
História de amor
Hoje, Mancha e a mestranda Benguela são mais que companheiros da ginga: tornaram-se parceiros de vida. A história dos dois capoeiristas começou há mais de 20 anos, ainda adolescentes, quando Suelen foi fazer aulas de capoeira em Ceilândia. "Eu já tinha praticado na infância, com meu pai, mas foi na escola da 711 na Ceilândia onde reencontrei a capoeira. O mestre Mancha já dava aula na escola, e eu comecei a fazer atividades lá também", relembra a mestranda. O casal tem quatro filhos: Arthur, 20 anos; Aruan, 15; Zaila, 6; e Zuri, 4.
Para os dois, a capoeira é bem mais que uma arte, e tem não só uma grande importância artística como também um forte significado na vida pessoal e trajetória dos dois. "Ver o que construímos, o trabalho que fazemos, a caminhada que deixamos, a transformação que a arte tem feito em nossas vidas... Tudo que temos em nossas vidas veio através da capoeira", atesta mestre Mancha.
Dos mais de cinco mil alunos que passaram pelo grupo, muitos seguem no caminho da capoeira. Hoje, o principal desafio que enfrentam quando se trata de ensinar a arte, é a falta de reconhecimento e de valorização do trabalho.
Mesmo com as dificuldades, mestre Mancha segue com pensamento positivo e lutando, um dia após o outro. "Nada nos nos impede de seguir adiante, lutando dia após dia com a capoeira, com o berimbau na mão, saindo para trabalhar, sustentar a família, para sustentar o que a gente já tem com a capoeira", resume.
*Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer