09/04/2024
PRESS RELEASE: Como entender a política da lacração?
A política contemporânea está cada vez mais moldada pelas redes sociais, onde o espetáculo instantâneo e a necessidade de viralizar superam a profundidade do debate. É nesse cenário que Marco DaCosta (marcodacosta.com), nos oferece seu novo livro, *Democracia Hackeada: Como a Política se Perdeu nas Redes Sociais". Mais do que uma análise superficial dos tempos digitais, a obra disseca como o fenômeno da “lacração” – expressão popular usada para definir comentários impactantes e polêmicos nas redes – tem corroído as bases da representatividade política.
DaCosta, conhecido por ter sido o primeiro candidato virtual da história com o projeto *Cybervereador* em 1999, aplica sua vasta experiência na interseção entre democracia e tecnologia para explorar os efeitos do marketing digital na política. Ele aborda, com uma visão crítica, como as forças progressistas, que antes lideravam debates de inclusão e mudança, se perderam em meio à ascensão de uma comunicação política dinâmica, visual e fragmentada, dominada por cortes rápidos e respostas virais.
No livro, o autor faz uma análise de vários fenômenos que emergiram nas redes sociais e suas interconexões. DaCosta descreve como movimentos como a "lacração", o *cancelamento*, e a obsessão por "likes" e engajamento imediato vêm suprimindo o diálogo substantivo em prol da performance. Ele conecta essa tendência ao esvaziamento das discussões políticas sérias, demonstrando como as mídias sociais acabam privilegiando mensagens que são mais polarizadoras do que informativas.
Por exemplo, ele explica como o formato do Twitter, com seus 280 caracteres, transformou-se em um campo de batalha onde a complexidade política é muitas vezes reduzida a slogans, e onde a “lacração” se torna o ápice do debate, movendo-se rapidamente entre viralização e esquecimento. O mesmo pode ser visto em plataformas como o TikTok e Instagram, que priorizam vídeos curtos e altamente editados, criando uma política que vive de imagens e performances rápidas.
DaCosta também conecta esse fenômeno com a crise de representatividade que vivemos. Ele argumenta que, enquanto partidos de direita conseguem se adaptar rapidamente ao uso de narrativas digitais, muitos partidos de esquerda enfrentam dificuldades em compreender o dinamismo das novas mídias e permanecem presos a modelos tradicionais de comunicação política. A falta de agilidade e inovação impede a criação de novas figuras e ideias que possam captar a atenção e a confiança do público jovem.
Ao longo de "Democracia Hackeada", o autor identifica Dez desafios cruciais para que a democracia sobreviva nessa era digital. Entre eles, destaca-se a incapacidade das instituições políticas de acompanhar a transformação das linguagens e modos de comunicação impostos pelas redes, além da dificuldade em incorporar novos personagens, tanto na direita quanto na esquerda. Para DaCosta, uma democracia vibrante e representativa depende de uma adaptação rápida e inteligente a essas mudanças – algo que ele argumenta estar em falta hoje.
Porém, o livro não é apenas um diagnóstico. DaCosta oferece uma solução ousada para resgatar o espaço do debate democrático, propondo uma reestruturação das práticas políticas para que possam competir com a velocidade e intensidade da comunicação digital, sem perder de vista a importância do conteúdo e da inclusão.
"Democracia Hackeada" não é só uma crítica, mas um convite à reflexão sobre os rumos que estamos tomando enquanto sociedade. Em um momento em que a política parece mais performativa do que nunca, o livro chega em boa hora, como uma leitura essencial para quem deseja compreender o futuro da representatividade e o impacto das redes sociais na maneira como fazemos política.
A obra estará disponível na Amazon em outubro, no formato Kindle e em outras plataformas digitais, prometendo levantar um debate crucial sobre a sobrevivência da democracia em um mundo cada vez mais conectado, mas talvez, paradoxalmente, mais distante do diálogo real.
Marco DaCosta nos alerta: se não entendermos as novas regras do jogo, corremos o risco de ver a política ser completamente dominada pela superficialidade, onde o que importa é quem "lacra" mais forte, e não quem propõe as soluções mais eficazes.