14/10/2025
Hoje, ao passar pela Calle de Vallehermoso, vi uma fachada coberta de flores coloridas contrastando com o branco do concreto.
E pensei: algumas mentes são assim — trazem cor e movimento a estruturas que pareciam fixas.
Este texto é para os pais que vivem entre cadernos, avaliações e comparações silenciosas.
Para aqueles que olham seus filhos e pensam:
“Por que ele aprende de um jeito tão diferente?”
Alguns cérebros tropeçam nas letras, perdem-se entre os números —
e, ainda assim, enxergam o que muitos não veem.
São os que têm dislexia, discalculia —
e uma forma intuitiva, sensível e visual de compreender a vida.
Enquanto o mundo tenta ajustá-los ao padrão,
eles já estão lendo outro idioma: o da imagem, da emoção, do invisível.
Eu sei — porque vivi isso.
Cresci entre letras que dançavam e, no aparente caos, encontrei a minha vocação.
Se posso deixar uma orientação, é esta:
olhem para o seu filho como luz.
Luz que, muitas vezes, ilumina partes suas que também pedem acolhimento.
Essas crianças vêm revelar —
o que, em cada um, ainda pede amor, presença e reconciliação com a própria história.
Veja-o com os olhos da alma.
Porque o olhar que transforma é o que reconhece, não o que corrige.
Quando um pai diz — mesmo em silêncio —
“Você tem o direito de ser quem é”,
a criança floresce.
Como aquelas flores nas varandas, crescendo entre o cinza e o sol.
Porque o que o mundo chama de “troca de letras”
é, na verdade, uma troca de perspectivas —
um convite para todos nós aprendermos a somar formas de ver, sentir e pensar.
A verdadeira inteligência não separa: ela integra.
E faz do aprender um ato de amor que colore o mundo. 🌸