Guilherme Beraldo - Registered Psychotherapist

Guilherme Beraldo - Registered Psychotherapist Counselling and Psychotherapy
Services in English and Portuguese I believe people can grow and live meaningful and healthier lives.

Seeing them gain insight over the course of therapy and thrive is my passion. I aim to provide a safe and nonjudgmental setting for all my clients by respecting their values and challenges as unique. My work is grounded in the Humanistic-Existential approach, even though I see myself as an Integrative therapist. Techniques are important tools in therapy, but valuing the human aspect of each client

is central to my work. In private practice for more than seven years now, I have worked with different populations and helped individuals, couples and families, with issues like anxiety, depression and relationship conflicts. Born in Brazil, I have experience working with different populations and an insight on Latin American culture, as well as immigration issues. Other than English, I accept Portuguese speaking clients. I invite you to visit my website to know more about my professional profile and services. If you have any questions before scheduling an appointment, do not hesitate to leave me a message!

São doze anos desde que recebi minha primeira paciente, ainda durante os estágios da faculdade. Lembro-me bem dela: uma ...
02/07/2025

São doze anos desde que recebi minha primeira paciente, ainda durante os estágios da faculdade. Lembro-me bem dela: uma moça jovem, assustada com o que se passaria ali em seu primeiro processo terapêutico. Pergunto-me se ela desconfiava que aquele também era o início da minha trajetória, debutando no lado do terapeuta, depois de eu mesmo ter passado bons anos como paciente.

Em alguns meses, completarei uma década de exercício profissional regular no contexto clínico. Muitas mudanças desde então. Quando estava na faculdade, jamais ouvi falar de atendimento via internet. Curiosamente, não foi a pandemia que primeiramente me trouxe esse desafio. Vivendo no Canadá, onde a temperatura e as restrições causadas pela neve impossibilitam a locomoção usual, recebi as primeiras demandas por atendimentos à distância durante o inverno.

Em seguida, o COVID levou muitas vidas. De mim, levou definitivamente o atendimento presencial. Certa vez, ouvi que o consultório para um terapeuta é como o ateliê para um pintor. Não encontro definição melhor para lamentar sua ausência em minha prática atual.

De qualquer forma, mesmo virtualmente, o setting terapêutico é o local no qual me sinto útil, movido pelo desejo de questionar - nem sempre de responder. Constatação evidente para os colegas, menos óbvia para os que ainda nos procuram como uma espécie de oráculos pós-modernos. Ainda assim, é nossa tarefa desconstruir essa visão e colocar nossos pacientes como autores de suas histórias.

O privilégio de exercer minha profissão em dois países me fez perceber a universalidade de muitas dores. Até hoje, recebi pacientes de 4 a 85 anos, literalmente dos cinco continentes, e conversei com eles em quatro línguas diferentes. Em suas particularidades, notei a beleza da capacidade que cada indivíduo tem para ressignificar o vivido e seguir. Penso que isso sintetiza nosso trabalho como terapeutas: instigar a curiosidade pelo que está por vir.

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Venho ouvindo com uma frequência alarmante os pacientes se queixarem de uma angústia frente ao cenário político mundial,...
12/22/2024

Venho ouvindo com uma frequência alarmante os pacientes se queixarem de uma angústia frente ao cenário político mundial, e como temem que se reverbere em suas vidas. Sempre me lembro do prefácio de Origens do Totalitarismo, de Hannah Arendt, escrito em 1950. Constatar que o cenário atual é muito similar ao período posterior às duas grandes guerras é um tanto desconcertante. Ao mesmo tempo, a esperança em um modo organizado de vida social é o que nos resta e, de fato, o que nos trouxe (com muitos percalços) como humanidade de lá até aqui. Esse misto de temor e esperança é o tom de nossa condição humana. Esse, aliás, título de outro excelente livro de uma das maiores pensadoras do nosso tempo. Para os angustiados, recomendo a leitura de ambos. Para os que procuram uma solução, sugiro continuar procurando.

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(…)
Nunca antes nosso futuro foi mais imprevisível, nunca dependemos tanto de forças políticas que podem a qualquer instante fugir às regras do bom senso e do interesse próprio — forças que pareceriam insanas se fossem medidas pelos padrões dos séculos anteriores. É como se a humanidade se houvesse dividido entre os que acreditam na onipotência humana (e que julgam ser tudo possível a partir da adequada organização das massas num determinado sentido), e os que conhecem a falta de qualquer poder como a principal experiência da vida.
A análise histórica e o pensamento político permitem crer, embora de modo indefinido e genérico, que a estrutura essencial de toda a civilização atingiu o ponto de ruptura. Mesmo quando aparentemente melhor preservada, o que ocorre em certas partes do mundo, essa estrutura não autoriza antever a futura evolução do que resta do século XX, nem fornece explicações adequadas aos seus horrores. Incomensurável esperança, entremeada com indescritível temor, parece corresponder melhor a esses acontecimentos que o juízo equilibrado e o discernimento comedido.

Origens do Totalitarismo. Hannah Arendt, 1950.

Gosto muito e acho precisa a comparação de que o terapeuta é como um músico bem treinado, que escuta além da melodia, do...
07/25/2024

Gosto muito e acho precisa a comparação de que o terapeuta é como um músico bem treinado, que escuta além da melodia, do que a maioria das pessoas “comuns” consegue ouvir. Isso é treino, obviamente. Mas adquire a capacidade de ouvir o que está “fora de lugar” e, então, coloca o paciente para refletir.

No trecho abaixo, do clássico “O Médico e o Monstro”, me chama a atenção uma frase-chave: “esse também era eu”.

E pra você? Que reflexões esse trecho lhe traz? Comente aí!

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(…)

O lado mau de minha natureza, para o qual eu então transferira o poder, era menos robusto e menos desenvolvido do que o lado bom, que eu tinha acabado de depor. Afinal, no decorrer da minha vida, que tem sido nove décimos uma vida de esforço, virtude e controle, meu lado mau tinha sido muito menos exercitado e muito menos exaurido. Daí a razão, creio eu, para Edward Hyde ser muito menor, mais leve, e mais jovem do que Henry Jekyll.

Da mesma forma que a bondade estava estampada no rosto de um, o mal estava ampla e claramente inscrito no rosto do outro. O mal (que acredito ser o lado letal do homem) deixou naquele corpo uma marca de deformidade e decadência. E, no entanto, enquanto eu admirava no espelho aquele horrendo ídolo, percebi que sentia uma tendência a saudá-lo com bem-vindo, em vez de me repugnar. Esse também era eu. Parecia natural e humano. Aos meus olhos, ele tinha uma imagem mais viva do espírito, parecia mais direto e honesto do que o semblante imperfeito e dividido que eu, até aquele momento, tinha-me acostumado a chamar de meu. E nisso, sem dúvida alguma, eu estava correto. Observei que, quando usava o semblante de Edward Hyde, ninguém conseguia aproximar-se de mim pela primeira vez sem que uma forma de receio ficasse visível. Isto, assim entendo, acontecia porque todos os seres humanos que encontramos são misturas do que é bom e do que é mau, e somente Edward Hyde, no gênero humano, era maldade pura.

STEVENSON, R. L. O médico e o monstro. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2009. p.90

Não gosto muito de frases “motivacionais”. Também não pergunte a um psicólogo o que ele pensa sobre um livro de “autoaju...
04/22/2024

Não gosto muito de frases “motivacionais”. Também não pergunte a um psicólogo o que ele pensa sobre um livro de “autoajuda”.

Se existissem fórmulas universais sobre o sucesso, a felicidade plena, a plenitude dos relacionamentos, bastaria comprar um livro e tudo estaria resolvido.

De fato, alguns autores ficaram ricos vendendo tais fórmulas. Prefiro pensar que realmente desejavam compartilhar algum conhecimento útil, e não somente lucrar com o desespero alheio.

De qualquer maneira, muitas das ideias desses livros, ou as condensadas em frases como a acima nos fazem refletir. Refletir é diferente de aceitar uma verdade proferida por alguém que não é você mesmo.

“Se você acordasse apenas com aquilo pelo qual agradeceu ontem, o que teria hoje?”.

Independentemente de sua crença religiosa, agradecer não tem necessariamente a ver com adoração a um ser supremo.

Tem a ver com a compreensão de que somos seres históricos, vivendo, continuamente, como resultado de nossas próprias ações e escolhas diante dos desafios que a vida nos apresenta.

Tem a ver com o necessário reconhecimento de que temos, sim, problemas pequenos e grandes. Mas também que, em vários momentos da nossa vida, já fomos capazes de superá-los com a ajuda de outras pessoas ou, muitas vezes, sozinhos.

Esse reconhecimento não parte de uma ideia vazia do tipo “você pode tudo”, “basta desejar e trabalhar duro”, “pense positivo”! Parte de um olhar honesto para seu passado para reconhecer o que você já fez, e o que lhe trouxe até aqui.

Trata-se de olhar para o estojo de ferramentas que você tem, e identificar quais você já adquiriu ao longo da caminhada (algumas por um preço bem alto). E, principalmente, como pode usá-las!

Para além do mantra “gratidão”, repetido vazia e exaustivamente por tanta gente, pense sobre como suas conquistas materiais, humanas e espirituais sustentam quem você é hoje e aquilo que está por vir.

E você, o que pensa sobre isso?

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