18/01/2023
Tem chegado muita gente a este meu canto. Espero contribuir tanto para o vosso percurso, quanto as famílias que acompanho contribuem para o meu.
O nome é Inês Santos. Sou Enfermeira especialista em cuidados intensivos neonatais e consultora de lactação humana (IBCLC). E porque é que este acrónimo importa, perguntam vocês? Porque para ser especialista em lactação temos que ter pelo menos 95h de formação nesta área, e pelo menos 1000h de práctica clínica com as famílias, tendo depois que passar num exame internacional e obedecer a um código de conduta. Isto significa que sabemos mesmo muito disto, esta ciência que é a lactação. Significa também que uma dificuldade de ajuste de pega pode até ser bem resolvido por um par, uma mãe que tenha amamentado, mas que uma dificuldade maior pode ser mais facilmente ultrapassada por alguém acreditado.
Sinto-me bem em UCIN’s. Gosto de bebés e progenitores prematuros, famílias com condições crónicas ou agudas. Acho que no fundo nasci para dar colo. Talvez por ter sido um bebé que precisava de muito colo, a tal bebé “intensa”. Talvez na dificuldade de me fazer entender, o caminho me tenha sido traçado. Chorava muito, dizem. Hoje sinto que o meu saber e importância reside aí. O meu bebé interior empatiza com o querer do vosso. A minha paixão passa por passar-vos esse saber.
Na procura incessante de melhor responder às necessidades dos bebés formei-me como especialista em freios linguais. Recordo com carinho as famílias que nada sabiam sobre freios alterados e ainda hoje amamentam. Em Portugal diz-se ser raro, isto dos freios. Em Espanha comenta-se que a sua prevalência é de 46%. Se isto é raro não sei o que é comum.
No foro pessoal (que converge sempre com o profissional), tenho vindo a construir e perceber quem sou. Sou definitivamente intimista, vou convosco nas vossas jornadas até que me digam “chega, está bom assim”. Gosto de pessoas boas e frágeis, animais, plantas e, claro, café não me pode faltar (sou enfermeira, faz sentido).
Amo o que faço. Gosto de me encontrar com a vossa fragilidade nos cafés de amamentação (em Corroios). Que 2023 nos traga mais disto e mais conexão.
Abraço, Inês.