Completamente - Saúde & Educação

Completamente - Saúde & Educação Existimos desde 2013 e contamos com uma equipa multidisciplinar bastante experiente.

Intervimos nas áreas da Psicologia Clínica e Educacional, Psicomotricidade, Terapia da Fala, Terapia de Casal, Terapia Familiar e Orientação Vocacional. Intervimos nas áreas da Psicologia Clínica, Psicoterapia, Psicologia Educacional, Psicomotricidade, Terapia da Fala, Terapia de Casal, Terapia Familiar e Orientação Vocacional.

14/04/2025

Se a tua filha de 20 anos te ligasse para dizer que bateu com o carro, perto da tua casa, e te pedisse que fosses ajudá-la com as questões de trânsito e seguros, irias ao seu encontro ou dirias "resolve sozinha, tu tens de ser independente" ?

Se o teu marido, ao ir em viagem de trabalho, liga-te às onze da noite para falar porque se sente sozinho e aborrecido, falarias com ele ou dirias "Não quero falar porque ficas mal acostumado"?

Se a tua sobrinha de 5 anos (que ficou a dormir na tua casa) tem um pesadelo à noite e a ouves angustiada e agitada, vais consolá-la, ou ignoras para que "continue a forjar o seu carácter"?

Se o teu avô te pedir novamente que o acompanhe à sua consulta mensal com o médico, pois ele não consegue mais ir sozinho, e não há mais quem o ajude, tu concordas em apoiá-lo, ou negas-te pensando que "é muito dependente ou que te está a manipular"?

Atrevo-me a supor que a resposta da maioria das pessoas, em cada exemplo, seria a de recorrer, atender, ajudar. Ao longo da vida, nunca deixaremos de dar o nosso apoio aos nossos entes queridos.

E por que com os bebés (a idade da máxima dependência e fragilidade) ouço com frequência:
"não a carregues tanto que está a manipular-te"
"deixa ele chorar, senão vais deixá-lo dependente"
"se ele acorda muito na noite ignora, assim acostuma-se a já não acordar"

Os bebés choram por muitos motivos, não só fome, e também não necessariamente por um problema médico. O choro é um "chamamento" natural e instintivo no bebé para com o seu cuidador. Um chamamento que justamente ao ser respondido, contribui para moldar a sua segurança. O sono dos bebés durante a noite, em mais de 70 % dos casos, apresenta vários despertares que devem ser atendidos e confortados. É completamente normal. Vem no seu código genético de há milhares de anos. A necessidade de contacto e de colo. E é justamente isso: uma necessidade, tal como comer ou dormir. Ignorar essa necessidade é dar-lhes a sua primeira e triste lição de submissão. É (ao contrário do que muitos pensam) gerar um indivíduo inseguro pois se vê sem apoio.

Que pena que os bebés não nos possam dizer com palavras o que sentem ou querem, que pena que não nos possam falar por telefone. Que pena que a sua forma natural de chamar (o choro) seja interpretada às vezes como chantagem, como conduta que os tornará dependentes ou como uma forma de manipulação.

🖊 Dr. Gallegos
🎨 Dani Padron

06/04/2025

LÁ FORA CÁ DENTRO

“É surpreendente que adolescentes de boas famílias, com bons pais, possam tornar-se assassinos. Uma abordagem psicanalítica para entender a violência na adolescência pode ser útil para compreender as fontes intrapsíquicas frequentemente negligenciadas da violência nesta fase do desenvolvimento do sujeito. Que perspetivas especiais pode uma visão psicanalítica trazer para o problema? Existem várias. Em primeiro lugar, como uma abordagem que enfatiza o estudo do caso individual, a visão psicanalítica evita um erro comum a outras abordagens: a falácia de que um comportamento particular, neste caso a violência, tem uma única origem, a mesma origem, em todas as pessoas violentas. Esta suposição de uma única origem subjacente a um problema manifesto é uma falácia que observei no estudo de várias áreas da psicopatologia. Parece simples, mas deixe-me enfatizar este ponto: existem muitas histórias intrapsíquicas que podem resultar em atividade violenta. Quais são outras perspetivas únicas que uma abordagem psicanalítica pode trazer para este problema? O papel do inconsciente é uma delas. O papel da fantasia, tanto inconsciente como consciente, é outra. A psicologia do conflito e a psicologia da autoimagem também são centrais. O papel da infância, e especialmente da primeira infância, que a psicanálise considera como fundamental para o desenvolvimento posterior. Alguns avanços mais recentes na teoria dos afetos também são muito úteis no nosso esforço. Tudo isso vai além de esforços simplistas para procurar fatores externos, frequentemente imediatos ou atuais, como causa para a violência em todos os adolescentes violentos.”

Alan Krohn, “The Anatomy of Adolescent Violence”, Psychoanalysis, Culture and Society, 2000.

Philip Barantini, “Adolescence”, 2025, Warp Films, Netflix, todos os direitos reservados.

05/04/2025
02/04/2025

A minha intenção não era voltar a falar da série Adolescência. Mas, por uma última vez, voltarei a ela. Tudo porque sinto que, em muitos contextos diferentes, se tem falado dos perigos da internet em relação aos adolescentes. E isso é bom! Mas, muito depressa, se passou a falar deles como se fossem sexistas, violentos e “bullys”. E isso é mau!

Os adolescentes são excelentes miúdos! Atentos e gratos em reação às pessoas de quem gostam e que eles admiram. Leais, na forma como se relacionam com todas as pessoas que respeitam. E, sobretudo, boas pessoas! É por isso que abraçam causas sociais muito antes dos adultos acordarem para elas. E se indignam, se for preciso, quando vão atrás daquilo em que acreditam.

É claro que não é mesmo nada fácil ser adolescente! Porque a cabeça, o corpo e tudo o resto à volta deles muda a uma velocidade vertiginosa. E nós exigimos e exigimos, mesmo quando não lhes damos todo o tempo a que têm direito para serem adolescentes. E, apesar de sabermos muitas coisas acerca deles, há sempre um bocadinho e mais outro que nos foge por entre os dedos e nos leva a vivê-los de forma mais assustada do que era suposto.

O que me preocupa é que haja quem se aproveite duma série para afirmar que eles são maus como se, ao pé dos adolescentes, fôssemos exemplares. Como se representassem o degrau-abaixo daquilo que nós somos. E isso não é verdade!

Parem de os ver como se eles fossem perigosos, explosivos e rudes!! Eles são, muitas vezes, miúdos inseguros e assustados. E, por causa disso, um tudo-nada rezingões. E esperam tanto de nós que, por mais que lhes possamos dar muito, se sentem, algumas vezes, tristonhos e desamparados. São miúdos que, por vezes, murmuram mais do que falam com os pontos nos is. E são um bocadinho parvos, sim, às vezes, porque têm de vencer uma força enorme que os convida a conterem-se antes de falarem, apesar de se sentirem desapontados ou melindrados com algumas das nossas distracções.

Mas os adolescentes acreditam em nós! Aliás, eles precisam - muito!! - de acreditar em nós. Mas será que nós acreditamos tanto assim neles? Às vezes, sinto que não. Mas só saímos a perder!

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