
12/04/2023
QUANTO MAIS FORTE FOR A ARMADURA, MAS FRÁGIL É O QUE ELA PROTEGE
O ideal que todos temos de sujeito invejável é aquele forte, corajoso, determinado, consciente de si, aquele que não tem medo de se mostrar quem realmente é. E, de fato, pode ser realmente maravilhoso ter essas características. Porém, essa personalidade não é adquirida do dia para a noite, e nem todos nós temos a capacidade de lidar com o peso de tanta sensatez. Às vezes, atos egoístas podem nos dar certos alívios. Mas e quando, ainda sem ter essas características, tentamos sustentar um personagem com todas essas qualidades maravilhosas e incorruptíveis? Se, ainda tendo vários pontos a amadurecer, tentamos bancar o maduro? Será que esse personagem realmente se sustenta?
O que vemos na clínica é o quanto podemos enganar a nós mesmos, e o quanto nos esforçamos a ser quem, muitas vezes, não conseguimos, naquele momento, ser. Chorar, demonstrar fraqueza, estranheza, antipatia ou até mesmo mostrar o que realmente se quer é algo que nem sempre é tão fácil de fazer, seja pelas circunstâncias atuais da nossa vida, ou seja por traumas e bloqueios que sempre desenvolvemos ao longo da nossa história.
Quanto mais forte tentamos ser, sem ter as condições psicológicas e emocionais necessárias, mais debilitados seremos, pois, no fundo, estaremos sufocando todas aquelas emoções e cargas mentais que deveríamos expor, para nos aliviar e seguir sustentando nosso desenvolvimento. Ser quem gostaríamos de ser é um ato e desejo realmente muito digno, mas, mais nobre ainda é admitir nossa faltas e falhas, para, aí sim, termos condições suficientes para continuar caminhando na trilha do nosso próprio amadurecimento.