15/03/2022
O Indeciso, o neutro e o Síntético
O indeciso
Certa vez uma pessoa encontrava-se “em cima do muro”, f**ava sentada, observando as coisas acontecerem ao seu redor. Certo dia apareceu um anjo do lado direito do muro, o qual clamava veemente lá de baixo - “Não fique ai parada, é perigoso!", desce e venha comigo. Intempestivamente a pessoa percebeu que apareceu também um sorridente e paciencioso diabo, mas agora do lado esquerdo do muro. Sem demora a pessoa o questionou - Por que você está sorrindo? Eu ainda não decidi para que lado eu vou! E o diabo respondeu "Estou sorrindo porque “em cima do muro” é meu".
O neutro
Certa vez uma pessoa “construiu” sua casa “em cima do muro”, f**ava sempre observando as coisas pelas janelas, seu comportamento era imparcial, analisava tudo que acontecia ao redor, mas sem omitir qualquer opinião. Certo dia apareceu um anjo do lado direito do muro, o qual clamava veemente lá de baixo - “Não fique aí parada, é perigoso!", desce e venha comigo. Intempestivamente a pessoa percebeu também que apareceu um sorridente e paciencioso diabo no lado esquerdo do muro, porém, ela continuou indiferente, se comportando da mesma forma. Até que um dia o “fim chegou”, o muro foi destruído pelo “dono” do terreno, e consequentemente a casa “caiu”.
"Quais são as tuas obras, és frio ou quente? Quem dera foras frio ou quente!
O síntético
Certa vez uma pessoa analisava pacientemente tudo e todos por onde passava, compreendia que o mundo era perfeito do jeito que era, compreendia que tudo que acontecia, seja bom ou mau, era um ajuste de contas entre as pessoas que no mundo viviam, não emitia opiniões, somente orientava, não tinha dúvidas em relação as coisas que fazia e nem para onde ia, não emitia conceitos de bem e mal, pois já havia compreendido através do autoconhecimento, que as coisas “ruins” eram consequências das más ações, e que as coisas “boas”, eram consequências das boas ações, ou seja, apenas um conceito dual.
O Síntético é aquele que já se enganou várias vezes, escolhendo ou decidindo pelos lados direito e esquerdo do muro durante a vida, finalizando com ele próprio desconstruindo o “muro”.
Existem alguns “pensadores decididos” que concluem, dizendo que ser neutro é: “Disfarçar a realidade” ou “Fazer de conta que não está vendo”. Muitos “decididos” instigam as pessoas a escolherem um lado, supõe que os “neutros” temem a escolha, pois ao escolher, “uns o amarão e outros o odiarão”. Sintetizando o parágrafo, digo que são dois lados de uma mesma moeda.
O sintético É exuberantemente Sábio.
O indeciso e o neutro são incipientes, devido a insistência em permanecer em cima do muro.
Estar em cima do muro é estar na dúvida, preso às dualidades do pensamento, mesmo sem opinar verbalmente, porque mesmo decidindo pelo lado direito ou esquerdo, não quer dizer que solucionou o problema, digo que apenas criou mais um.
Existe muita virtude nos “malvados” e também muita maldade nos “virtuosos”.
Não estar na direita ou esquerda é Ser a própria Síntese, ou seja, a fusão da Tese com a Antítese, é Ser ou estar acima do “Bem e do mal”, só o sintético já compreendeu as dualidades, ou seja, não julga, não defende ou acusa mais ninguém.
As dualidades causarão em algum momento muitas “agressões, atritos, diferenças, desunião, guerras, etc., lembre-se do que disse o grande Mestre: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.”
Isso também diz a nossa Ciência, a terceira lei de Newton confirma: Toda ação corresponde uma reação de igual valor e intensidade, mas que atua em sentido oposto.
Sabemos que para a maioria das pessoas, ciência e religião são duas palavras que não podem estar em concordância numa mesma frase, porém elas coexistem e se manifestam diariamente entre o “bem e o mal” em nossa mente.
Sabemos que a Ciência muitas vezes não tem nada a dizer sobre a religião, porém isso não impede que os religiosos exerçam uma investigação científ**a, nem mesmo que os cientistas exerçam uma prática religiosa.
Não importa se a Ciência oficial aceita ou não a Religião, ou se a Religião oficial aceita ou não a Ciência, o que importa realmente são os frutos, ou seja, a contribuição delas para com a humanidade, sem deixar de lado a Fé e a Ciência, porque a Fé completa a ciência e a ciência dá razão a Fé.
Psicólogo e Escritor Aracides Maciel.